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A APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS COM SINDROME DE DOWN

 

O desenvolvimento do ser humano é um processo de aquisição de habilidades e crescimento, baseado na interação entre fatores biológicos, psicológicos, culturais e ambientais, é algo complexo, e por isso cada pessoa tem seu modo de desenvolver. No caso das crianças com SD, é por meio da linguagem que ela irá expressar desejos, vontades, necessidades, interagir com outros humanos, brincar. 


A prontidão para a aprendizagem depende da complexa integração dos processos neurológicos e da harmoniosa evolução de funções especificas como linguagem, percepção, esquema corporal, orientação têmporo-espacial e lateralidade. É comum observarmos na criança com SD, alterações severas de internalizações de conceitos de tempo e espaço, que dificultarão muitas aquisições e refletirão especialmente em memória e planificação, além de dificultarem muito a aquisição de linguagem. Outras deficiências que implicam em dificuldades no desenvolvimento da aprendizagem são: alterações auditivas e visuais; incapacidade de organizar atos cognitivos e condutas, debilidades de associar e programar sequencias (SILVA, 2002). 


Crianças com SD apresentam uma capacidade de memória auditiva de curto prazo mais breve, o que dificulta o acompanhamento de instruções faladas, especialmente se elas envolvem múltiplas informações ou orientações consecutivas. Essa dificuldade pode, entretanto, ser minimizada se essas instruções forem acompanhadas por gestos ou figuras que se refiram às instruções dadas (BISSOTO, 2005).


O atraso psicomotor está presente nas atividades que envolvem o equilíbrio, a coordenação de movimentos, bem como a sensibilidade, o esquema corporal e a orientação espaço-temporal. Para amenizar essa problemática, a estimulação precoce também é essencial para todas as crianças, inclusive as com SD (COTRIM; RAMOS, 2011).


Estas dificuldades ocorrem principalmente porque a imaturidade nervosa e não mielinização das fibras pode dificultar funções mentais como: habilidade para usar conceitos abstratos, memória, percepção geral, habilidades que incluam imaginação, relações espaciais, esquema corporal, habilidade no raciocínio, estocagem do material aprendido e transferência na aprendizagem. As deficiências e debilidades destas funções dificultam principalmente as atividades escolares.


Com habilidade cognitiva abaixo da média, geralmente variando de uma deficiência intelectual leve à profunda, estima-se que a incidência é de 1 a cada 800 ou 1000 nascimentos para que seja apresentado um quadro de deficiencia profunda. Apresentam maior dificuldade de concentração durante médios e longos períodos de , e por isso, as atividades devem ser estimulantes e suficientes para lhes captar a atenção. Isso repercute em dificuldades na aquisição da linguagem oral, devido à pequena cavidade bucal e ao próprio atraso provocado pela síndrome. LIMA, 2009).


Os processos psicológicos básicos mais prejudicados pela presença do cromossomo 21 são os de percepção auditiva, atenção, cognição, motivação e linguagem (TRISTÃO, FEITOSA, 1998). Com a deficiência a criança desenvolve mais lentamente comparada a outra criança sem a Síndrome, assim a aprendizagem de habilidades novas, a atenção durante um longo período de tempo e a memorização das coisas que aprende pode ser uma tarefa difícil, mas não impossível.


Alguns estudos têm mostrado também que as crianças com SD aprendem a ler mais facilmente através do uso do computador e que a leitura auxilia no desenvolvimento da linguagem. Essas crianças ao usar as palavras que vêm impressas do que as que ouvem. Provavelmente porque sua memória visual é melhor que sua memória auditiva (CASARIN, 1999).


De fato, muitos pesquisadores observaram que os cuidados e a estimulação que a criança recebe no ambiente familiar são muito importantes no aprendizado da fala, pois na maior parte do seu tempo a criança está com a família. Mesmo com a ajuda de profissionais e estimulação no ambiente familiar, é necessário um período prolongado para comunicar-se com um bom vocabulário e articulação adequada das palavras (TRISTÃO; FEITOSA, 1998). 


Utilizar gestos associados à intenção de comunicar é um incentivo para as crianças sempre que não consigam se expressar-se oralmente. Outra ferramenta que vai ajudar é o ensino da leitura, pois a escrita torna a linguagem visível, isto é, a linguagem passa a ter forma de desenho. O que está escrito pode ser visualizado durante o tempo que a criança necessitar e desta forma ter tempo de processar a informação escrita e recordá-la posteriormente (LIMA, 2009). 


As dificuldades atrapalham principalmente as atividades escolares, e estas ocorrem porque a imaturidade nervosa e não mielinização das fibras dificultam as funções mentais como: habilidade para usar conceitos abstratos, memória, percepção geral, habilidades que incluam imaginação, relações espaciais, esquema corporal, habilidade no raciocínio, estocagem do material aprendido e transferência na aprendizagem. Uma das funções mais importantes é a linguagem que acaba se desenvolvendo mais lentamente nas crianças com SD (SANTOS, 2005).


Alguns pontos devem ser sempre considerados como parte importante do processo, são eles: estruturar seu autoconhecimento; desenvolver seu campo perceptivo; desenvolver a compreensão da realidade; desenvolver a capacidade de expressão; adquirir hábitos de bom relacionamento; adquirir destreza com materiais de uso diário; atuar em situações do dia a dia; adquirir conceitos de forma, quantidade, tamanho espaço tempo e ordem; desenvolver interesses, habilidades e destrezas que o oriente em atividades profissionais futuras; ler e interpretar textos expressos em frases diretas; entre outros (SILVA, 2002). 


Todas as estratégias de intervenção devem ser elaboradas a partir do nascimento, mas a fase crítica para essa aprendizagem é de zero a três anos de idade cronológica. Essas estratégias visam facilitar o desenvolvimento de seu potencial existente nas áreas de socialização, linguagem, cognição, motora e atividades de vida diária. A participação da família é fundamental nesses programas de estimulação, que pode auxiliar o desenvolvimento motor e social. 

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